O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto,
liberou a divulgação dos salários dos servidores públicos federais. A
pedido da Advocacia Geral da União (AGU), Britto cassou uma liminar da
Justiça Federal em Brasília que impedia a publicação de forma
individualizada das remunerações.
Em seu despacho, o presidente do Supremo citou artigos da Constituição
Federal que garantem o acesso à informação pública e determinam a
publicidade da atuação administrativa. Ele também citou a recente Lei de
Acesso a Informações Públicas e uma decisão administrativa tomada em
maio pelo tribunal que aprovou a divulgação de forma irrestrita dos
salários dos ministros e servidores.
"A remuneração dos agentes públicos constitui informação de interesse
coletivo ou geral", afirmou Britto. "É evidente estar-se diante de
matéria constitucional devido a que as decisões impugnadas (que impediam
a divulgação dos salários) versam o tema do direito fundamental de
acesso à informação pública, de parelha com o princípio igualmente
constitucional da publicidade da atuação administrativa", disse. Segundo
o presidente do STF, essa publicidade permite o controle da atividade
estatal pelos cidadãos.
A divulgação dos salários estava suspensa por ordem da Justiça Federal
em Brasília. Nesta semana, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª.
Região analisou o caso e manteve a proibição. Para convencer Britto a
derrubar a decisão, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams,
lembrou que num julgamento anterior o Supremo permitiu a divulgação na
internet das remunerações dos servidores municipais de São Paulo.
Adams também disse que a proibição poderia causar um efeito
multiplicador, fazendo com que ações semelhantes fossem protocoladas no
País com o objetivo de suspender a publicação dos salários. Para o
advogado, a divulgação das remunerações não viola o direito dos
servidores à privacidade. De acordo com ele, isso é "um ônus inerente à
natureza do cargo ocupado e, sobretudo, uma forma eficaz de garantir a
transparência dos gastos públicos e contribuir para a moralidade
administrativa".
Fonte: Mais PB
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