A greve de professores e de servidores das universidades e de
institutos federais de ensino superior vai completar esta semana um mês
e meio desde o seu início, em 17 de maio. A demora para se chegar a uma
resolução do impasse entre os docentes e o governo preocupa muitos
estudantes que dependem da conclusão do cursos para serem efetivados em
estágios, residências médicas, programas de intercâmbio e outros
compromissos. Com a greve, os planos da estudante de engenharia
química da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Amanda Galindo
estão ameaçados. Sem previsão de retornar às salas de aula, ela teve que
abrir mão de estagiar em uma companhia de bebidas e, agora, teme perder
a vaga na pós-graduação do Programa de Mobilização da Indústria
Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), para a qual já está
aprovada, mas precisa estar com a graduação concluída até janeiro de
2013. "Eu terminaria o curso no final do ano, mas agora não sei o
que vai acontecer. Foi um concurso bastante concorrido e, se eu perder a
bolsa, ano que vem não vou ter com o que me sustentar. Vou depender
apenas dos meus pais", afirma Amanda. "Fiz muitos planos, só não contava
com a greve. Sei que ela é necessária. Os professores nos explicaram
sobre a luta deles, e a considero válida. Acho que o governo deveria
agir mais rápido para não nos prejudicar." A estudante, inclusive,
participou de uma mobilização por melhor infraestrutura no seu curso.
"Nosso departamento é pequeno para a quantidade de alunos. Temos apenas
um banheiro. Não temos biblioteca e os laboratórios são horríveis",
comenta. Em nota, a UFPE diz que "dentro de seu planejamento, está
recuperando os laboratórios de todos os cursos, principalmente os mais
antigos. O projeto é deixar todos eles renovados, usando recursos da
Universidade, do Reuni e de parceiros, como a Finep. No próprio
Departamento de Engenharia Química, há outros laboratórios em pleno
funcionamento, como o de Combustíveis, que foi reformado com recursos da
Petrobras".
Residência ameaçada
Em Sergipe, o estudante do
11º período de medicina, Marcel Figueiredo Fontes, teme não poder fazer
residência no início do ano que vem por causa da greve. Além disso, ele
corre o risco de participar da cerimônia de colação de grau e ter que
continuar assistindo as aulas. Mais de um mês de greve já atrasou o
fim das aulas e estágios da turma de medicina de 2007 da Universidade
Federal de Sergipe (UFS) que encerrariam o curso no dia 11 de janeiro de
2013. As cerimônias de formatura marcadas para acontecer entre os dias
13 e 16 de fevereiro terão que ser mantidas por conta das multas por
quebra de contrato e falta de opções de data para remarcar os eventos. "Começamos
a pagar a festa de formatura ainda no primeiro ano do curso e as
parcelas vão até janeiro do ano que vem. Está bem longe do que
esperávamos participar da festa e ter que voltar à rotina universitária
na segunda-feira seguinte", lamenta o futuro médico.Leia mais>>
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