O cirurgião plástico Luiz Américo de Freitas Sobrinho, 66 anos, de
Jundiaí (SP), diz que durante muito tempo quis fazer uma cirurgia em si
mesmo. A chance surgiu e, sob o olhar de outros cirurgiões e com o
auxílio de sua equipe, Freitas Sobrinho deu uma melhorada no visual - e
realizou o sonho. O vídeo da cirurgia, que ocorreu em 2012, acabou no
Youtube.
Freitas Sobrinho afirma que o motivo da cirurgia foi
estético - após ele ouvir comentários indesejados de banhistas em uma
praia. E o motivo de fazer nele mesmo foi por não achar um cirurgião que
concordasse em fazer o procedimento com anestesia local. "Sou um
sujeito medroso com anestesia geral ou peridural", diz o médico.
"Um
dia entrei na sala sozinho e fiz uma anestesia no abdome. Preparei, fiz
e não senti nada. Pronto: avisei à equipe e pedi a alguns colegas que
comparecessem, três médicos. Pedi para me visitarem, que eu tinha um
caso, e depois eu falei que era eu", diz Freitas Sobrinho, ao contar que
a equipe médica soube na hora dos seus planos.
O médico explica
que teve que convencer um membro da equipe de que o procedimento era
seguro para que ele ficasse. O cirurgião tentou começar a operação com o
uso de um espelho, mas a dificuldade em realizar os movimentos
espelhados fez com que desistisse do objeto. Ele seguiu, então, o
exemplo de Rogozov e ficou levemente inclinado para ver o local da
incisão diretamente.
O médico diz que o maior medo não era de
anestesia, nem do procedimento em si, mas "do lado emocional". "Essa
euforia minha poderia ser perigosa (...); um enfarte poder ser
ocasionado pela emoção. No final, eu chorei", diz o médico.
Freitas
Sobrinho diz que sua filha gravou em vídeo a operação e foi ela quem
postou o material no Youtube, sem que ele soubesse. A postagem levou a
uma denúncia ao Conselho Regional de Medicina (CRM), segundo o
cirurgião, por supostamente fazer publicidade, mas que não teve
prosseguimento no órgão.
O médico diz que aprendeu muito sobre
alguns problemas pelos quais os pacientes passam. "Quando as pacientes
reclamavam 'ó, tá me dando uma pontada', eu falava: 'tira isso da
cabeça, imagina, pontada, a senhora está com cinco, quatro meses já (da
cirurgia), isso é problema da sua cabeça'. A gente achava que era sempre
o paciente, e não é não, eu passei por isso, é superchato".
Blog do Philipe Chaves.
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