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Revista Época publicou na noite da sexta-feira (19), mais um escândalo
envolvendo a Prefeitura de João Pessoa, dessa vez, na área da Saúde. A
matéria, assinada por Felipe Patury e Igor Paulin, narra a denúncia de
um motorista que afirma existir em em João Pessoa, ambulâncias usadas
para desviar verbas federais, transportar armas e até traficar drogas.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) é a linha de frente da
saúde pública desde 2003, quando suas ambulâncias começaram a ser
distribuídas pelo país. Ainda hoje, a maioria das cidades não dispõe
delas em número suficiente. Também são frequentes as denúncias de que
elas estão em más condições ou sucateadas. O milhão de pessoas que vivem
na região metropolitana de João Pessoa, na Paraíba, dispõe de apenas 16
ambulâncias. Lá, as denúncias envolvem crimes, e não apenas o mau
estado dos veículos. Desde o início de agosto, a Polícia Federal (PF)
investiga um esquema de venda de plantões disseminado entre os
funcionários do Samu da capital paraibana. Segundo as denúncias, eles
fazem escalas mensais de dez plantões e recebem por 25. Uma pequena
parte do dinheiro, o equivalente a cinco turnos, fica com o funcionário.
O restante vai para seus chefes. “É desvio de verbas”, diz o delegado
federal Felipe Alcântara, responsável pelo caso.
A apuração começou depois que um dos motoristas socorristas denunciou os
crimes. Valdemir Santos Evaristo, de 34 anos, relatou que, no início de
2011, foi convidado a participar da quadrilha por seu então superior
imediato, José Leonardo Alves, um ex-policial militar. No mesmo dia,
Evaristo diz que foi procurado pelo coordenador administrativo do Samu
de João Pessoa, Gilmore Lins. À PF, Evaristo declarou que Gilmore
sugeriu que ele pedisse transferência para o Samu de outro município.
Novamente, Evaristo não concordou. “Recusei, e minha vida virou o
inferno”, diz. Em seguida, começou a receber ameaças. Em março, resolveu
contar tudo o que sabia à secretária municipal de Saúde, Roseana Meira.
Para provar que dizia a verdade, levou duas testemunhas, uma técnica de
enfermagem e uma telefonista do Samu. Roseana ouviu e pediu provas
materiais.
Dias depois, Evaristo voltou com documentos com evidências de que seus
colegas haviam fraudado as escalas de plantão. Nessa conversa, deu mais
detalhes da fraude e dos desmandos ocorridos no Samu. Segundo Evaristo,
muitos chamados de socorro da população deixavam de ser atendidos porque
as equipes estavam de plantão só no papel. Recebiam como se tivessem
trabalhado, mas não estavam lá quando ocorriam as emergências. Outras
vezes, os doentes deixavam de ser resgatados porque as ambulâncias eram
usadas para fins particulares, como para levar os filhos dos
funcionários à escola ou fazer compras.
Fonte: Click PB
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